Portugal está de luto
Agustina Bessa-Luís deixou-nos aos 96 anos
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de 1922. Desde criança que se manifestou o seu gosto por escrever histórias e pela leitura, começando pelos livros da biblioteca do avô materno, através dos quais teve contacto com algumas das melhores obras da literatura francesa e inglesa.
Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado. Entre 1951 e 1953 escreveu Contos Impopulares, mas foi em 1954, com o romance A Sibila, se impôs como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Seguiram-se obras populares como A Muralha (1957), O Manto (1961), O Sermão do Fogo (1962), As Pessoas Felizes (1975), As Fúrias (1977), Os Menino de Ouro (1983), Prazer e Glória (1988), Vale Abrãao (1991), a triologia O Princípio da Incerteza (2001, 2002 e 2003) ou A Ronda da Noite (2006). Em 2018, foi editado um romance inédito, escrito em 1942, Deuses de Barro.
Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema nomeadamente com Manoel de Oliveira com colaborou com assiduidade, escrevendo os diálogos de guiões, ou acompanhando a adaptação de romances seus ao cinema.
Agustina Bessa-Luís foi distinguida com vários prémios, entre os quais se destacam os seguintes: o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 2002; o prémio Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista; o Prémio Camões, o mais alto galardão das letras em português, em 2004.